Cigana, li um texto em seu olhar e nele
continha passagens da minha vida, percebi que para você não podia mentir,
omitir ou me negar. Seu olhar roubou-me o passado, lugar onde o sofrer já
era-me velho amigo. Olhar a verdade contida nos teus olhos desmoronou a muralha
por mim erguida outrora contra meus sentimentos. Sim, era mais fácil permanecer
inerte atrás dessa cortina de lembranças, amedrontado e refugiado sem novos
sonhos.
Vi nos teus olhos um inimigo desvendado até
então não declarado: O MEDO. Medo de mim, medo dos meus atos, medo também dos
outros. Vi reluzente ainda em tempo que é hora de vencê-lo e caminhar, pisando
no desconhecido, acreditando no invisível, com a coragem daqueles que já ouvir
falar, um povo que desbrava o mundo, tendo em companhia a lua, as estrelas e o
tempo.
Vi que mesmo quando me sentir sozinho Deus
estava comigo, Ele me mandou muitas provas de sua companhia, mas eu cego em
minhas reminiscências deixei-o falando sozinho, estava vendado em todos os
sentidos. Cigana os presságios que li em teus olhos me deram esperança,
floresceram-me sentimentos adormecidos, minha fé empoeirada resgatei-a no altar
da tua coragem em não desistir de mim. Gratidão Cigana és o anjo que Deus
tentava me mostrar, li em teu olhar toda verdade, conseguir me reencontrar.
Autoria: Cigana Mah 
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